Pulverização com Drones: Tecnologia avança no Agro, mas exige rigor na Segurança
Engenheiro e perito Wekecley Bianqui alerta para cuidados ambientais e proteção dos trabalhadores
A pulverização com drones está se consolidando como uma das tecnologias mais inovadoras e eficientes no agronegócio brasileiro, especialmente em Rondônia. O equipamento garante agilidade, precisão e menor desperdício de defensivos, mas também impõe desafios quanto à segurança do trabalho e à preservação ambiental.
O engenheiro e perito em segurança do trabalho e meio ambiente Wekecley Bianqui destaca que o uso dessa tecnologia deve ser acompanhado por planejamento técnico, análise ambiental e uso rigoroso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
"Segurança do trabalho não é custo, é investimento. Você não consegue contabilizar quantos acidentes evitou, mas certamente está prevenindo prejuízos, perdas e protegendo vidas", afirma Bianqui.
Eficiência e riscos
A tecnologia permite pulverizar áreas de difícil acesso, reduzir perdas e atingir lavouras com mais uniformidade. No entanto, Bianqui alerta para o risco de contaminação de solos e cursos d’água quando não há controle rigoroso. “A proximidade de rios, nascentes e áreas de preservação precisa ser calculada milimetricamente para evitar desastres ecológicos”, explica.
Segurança no campo
De acordo com o especialista, a Norma Regulamentadora NR 31 estabelece os EPIs obrigatórios, incluindo roupas hidrorrepelentes, luvas impermeáveis, máscaras com filtro químico, óculos de segurança, protetores auriculares e perneiras. Além disso, menores de 18 anos e maiores de 60 não podem atuar em atividades com agrotóxicos devido ao risco elevado.
Bianqui recomenda que produtores contratem empresas de consultoria rural devidamente registradas e fiscalizadas pelo CREA, que contem com engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e engenheiros de segurança. “Um contrato bem estruturado, definindo responsabilidades e fornecimento de EPIs, evita prejuízos e problemas trabalhistas para o produtor”, afirma.
Com a tendência de redução no uso de aviões para pulverização — por risco de dispersão descontrolada —, o engenheiro acredita que os drones serão cada vez mais presentes no campo. “É uma tecnologia que veio para ficar, mas que precisa ser usada com responsabilidade para garantir a segurança de pessoas, lavouras e do meio ambiente”, conclui.
Assista à participação completa no podcast RuralCast e confira todos os detalhes dessa entrevista:
Fonte: Ji-Paraná Notícias