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Análise Especial: Em Cacoal, Câmara Submissa e Prefeitura Populista Colocam a Gestão em Xeque
Debate revela alienação dos vereadores e fragilidade técnica da administração municipal, em meio às movimentações para as eleições de 2026.

Por Redação
Publicado Há 5 h
Atualizado Há 5 h
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No podcast do portal de notícias Cacoal Notícias, conduzido pelo jornalista e radialista Clóvis Firme, um amplo debate sobre o cenário político e administrativo de Cacoal expôs questões sensíveis da gestão pública municipal. O convidado foi Francisco Xavier Gomes, professor da Rede Estadual e jornalista, que traçou um retrato crítico tanto do Poder Executivo quanto do Legislativo.

Segundo Xavier, Cacoal vive um grave desequilíbrio institucional: de um lado, uma Prefeitura que investe intensamente em popularidade midiática, mas apresenta fragilidades técnicas; de outro, uma Câmara de Vereadores considerada subserviente.


A avaliação sobre a Câmara Municipal foi dura. Xavier afirmou que a maioria dos parlamentares abdicou do papel fiscalizador, atuando como extensão do Executivo comandado pelo prefeito Adailton Fúria.

"A Câmara de Cacoal virou um puxadinho do Executivo. Os vereadores, salvo raras exceções, parecem mais secretários informais do prefeito do que representantes da população", disse Xavier.

O presidente da Câmara, Gimenez Fritz, foi apontado como um líder apático, que não imprime independência ou protagonismo ao Parlamento.

 "O presidente da Câmara cumpre apenas o básico. Não lidera debates, não tensiona pautas, apenas chancela o que vem do Executivo", afirmou Xavier.

Entre os parlamentares, apenas Edimar Kapich foi citado como exemplo de postura independente e combativa: "Kapich ainda preserva a liberdade crítica, essencial para a democracia local", destacou Xavier.

Do lado do Executivo, o prefeito Adailton Fúria foi descrito como uma liderança política habilidosa em comunicação, mas deficiente em capacidade técnica de gestão.

"Fúria é carismático e domina as redes sociais, mas falta-lhe profundidade na administração pública. Prioriza ações de impacto visual e esquece investimentos estruturantes", analisou Xavier.

Como exemplo, foi citada a compra de um ônibus de luxo para transporte de pacientes, enquanto o município permanece sem um pronto-socorro municipal eficiente, obrigando deslocamentos a cidades vizinhas.

Caso Fúria deixe a Prefeitura para disputar cargos estaduais em 2026, quem assumirá é o vice-prefeito Tony Pablo. Para Xavier, Tony representa uma gestão mais técnica e racional.

"Tony Pablo é muito mais sólido administrativamente. Ele domina a legislação pública, tem preparo técnico e serenidade na gestão — algo que o atual prefeito levará anos para alcançar", afirmou.

Apesar disso, Tony ainda precisa conquistar maior popularidade junto à população para consolidar seu nome.

Xavier também criticou o funcionamento das secretarias municipais, apontando que a maioria dos secretários atua sem autonomia técnica.

Áreas como Saúde, Educação, Cultura e Esporte foram citadas como carentes de planejamento e protagonismo:

"As secretarias se tornaram departamentos de execução direta da vontade do prefeito. Não existe liderança técnica e estratégica nessas pastas".

O problema na Saúde foi exemplificado pela precariedade da estrutura municipal, insuficiente para atender a demanda básica da população de Cacoal.