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Advogado alerta sobre riscos da adultização infantil e reforça papel das famílias na proteção de crianças; VÍDEO
O advogado Dr. Eduardo Staut concedeu entrevista ao Rolim Notícias, para falar sobre um tema que vem ganhando destaque nas redes sociais e no debate público: a adultização infantil. Segundo ele, o termo se refere à exposição precoce de crianças a comportamentos, situações e responsabilidades próprias da vida adulta, o que compromete a inocência e a vivência lúdica dessa fase essencial do desenvolvimento.
“Não é normal uma menina de seis anos estar totalmente maquiada ou, aos dez, já querer fazer procedimentos estéticos. A infância está sendo encurtada, e isso pode causar sérios problemas no futuro”, afirmou.
Dr. Staut destacou que a prática pode configurar violência psicológica e encontra respaldo jurídico para sua prevenção no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele lembrou que o Brasil já registrou casos graves, como denúncias de prostituição infantil, e alertou para a necessidade de vigilância por parte das famílias, principalmente em relação ao uso da internet.
Para o advogado, a responsabilidade de proteger as crianças deve começar dentro de casa. Ele criticou a postura de alguns pais que entregam celulares aos filhos sem acompanhar o conteúdo acessado e reforçou que “a internet é uma ferramenta poderosa, mas também um risco quando não há supervisão”.
Durante a entrevista, Dr. Staut também chamou atenção para o viés político presente na discussão. Segundo ele, parte do interesse em abordar a adultização infantil no Congresso Nacional está ligada a agendas de controle das redes sociais, que vão além da proteção infantil. “Há uma tentativa de transformar a questão em instrumento político. É preciso separar o interesse legítimo de proteger nossas crianças de outras pautas que visam restringir a liberdade de expressão nas redes”, observou.
Sobre propostas de punição às grandes plataformas digitais, Dr. Staut ponderou que já existem mecanismos legais para coibir abusos, como a atuação do Ministério Público. “Não precisamos restringir as big techs. Precisamos identificar e denunciar conteúdos nocivos. A lei já existe, falta aplicá-la com rigor”, ressaltou.
O advogado concluiu chamando atenção para o papel da sociedade como um todo na preservação da infância: “Se conseguirmos trazer essa discussão para a sociedade e conscientizar sobre a importância de fiscalizar o que as crianças acessam, já teremos dado um passo importante”.
Fonte: Rolim Notícias