Guayaramerín (BO) – Um caso de repercussão internacional mobilizou as forças policiais bolivianas no último fim de semana. Durante a noite de sábado (6), quatro cidadãos brasileiros foram detidos em Guayaramerín, cidade fronteiriça com Guajará-Mirim (RO), suspeitos de envolvimento no sequestro de uma comerciante boliviana de 34 anos.

A operação, desencadeada no domingo (7) pela Polícia de Fronteira boliviana, ocorreu na comunidade 1º de Maio, resultando na apreensão de veículos, armamento, drogas, dinheiro e equipamentos eletrônicos. Inicialmente, três suspeitos foram detidos e um preso em flagrante. Na sequência, outro brasileiro de 31 anos foi capturado.

Material apreendido

No local da ação, os policiais confiscaram:

Três veículos sem licença: uma picape preta, uma picape branca e um conversível cinza;

Um fuzil Mauser com 23 cartuchos e carregadores;

Sete celulares, dois tablets e um laptop;

Relógios de alto valor;

R$ 16.100 em espécie;

320 gramas de maconha.

Todo o material encontra-se sob custódia policial e será periciado.

Antecedentes criminais

De acordo com as autoridades bolivianas, três dos brasileiros presos já possuem fichas criminais no Brasil por tráfico de drogas. A investigação também aponta possível ligação com organizações criminosas transnacionais que atuam na fronteira Brasil-Bolívia.

Em contrapartida, chamou a atenção das autoridades o fato de que a própria vítima do sequestro possui registros criminais na Bolívia. Segundo o coronel Reinaldo Quisbert, comandante da fronteira de Guayaramerín, a comerciante responde por roubo qualificado de veículo e esteve envolvida no homicídio de um comerciante em 2016, no departamento de Santa Cruz. Essa revelação abriu uma nova linha investigativa, não descartando hipóteses de acerto de contas ou envolvimento com o crime organizado.

Clima de tensão

O episódio elevou o clima de insegurança em Guayaramerín, região considerada estratégica para tráfico de drogas, contrabando e sequestros devido à proximidade com o Brasil. A família da comerciante sequestrada exige celeridade nas buscas, enquanto a Polícia e o Ministério Público bolivianos reforçam que a prioridade absoluta é localizar a vítima com vida.

Os quatro brasileiros permanecerão sob investigação em território boliviano. As autoridades dos dois países devem compartilhar informações para mapear os vínculos dos detidos com o crime organizado.

A caça aos envolvidos e às possíveis ramificações segue em andamento, com todos os recursos policiais mobilizados.