A morte de uma mulher inicialmente tratada como consequência de um acidente de trânsito teve uma reviravolta após o avanço das investigações policiais. O caso, registrado em Minas Gerais, passou a ser apurado como feminicídio depois da análise de imagens de segurança, contradições no relato do companheiro e indícios apontados pela perícia.

Câmeras instaladas em uma praça de pedágio registraram o veículo minutos antes da colisão com um ônibus. Nas imagens, a mulher aparece no banco do motorista, aparentemente desacordada, enquanto o homem ocupa o banco do passageiro e conduz o carro de forma improvisada para pagar a tarifa. A situação chamou a atenção da atendente, que chegou a questionar se estava tudo bem.

Mesmo após a orientação para que o veículo fosse parado e a mulher recebesse atendimento, o carro seguiu viagem. Poucos minutos depois, ocorreu a batida, e a morte da vítima foi constatada no local.

Durante a apuração, a Polícia Civil identificou inconsistências entre a dinâmica do acidente e os ferimentos encontrados no corpo da mulher, levantando a suspeita de que ela já estivesse inconsciente antes da colisão. Diante disso, novos exames periciais foram solicitados, e o sepultamento chegou a ser adiado para a realização de procedimentos complementares.

O homem foi detido durante o velório da vítima. Posteriormente, ele confessou o crime, segundo a polícia, revelando que o acidente teria sido simulado com o objetivo de ocultar o homicídio.

As investigações também avançam sobre um possível histórico de violência doméstica. Mensagens, fotografias e registros de atendimentos médicos estão sendo analisados, além de perícias nos celulares apreendidos. A Polícia Civil aguarda os laudos finais e depoimentos para concluir o inquérito e definir as responsabilidades criminais.