Menor disse à namorada que os pais eram "seres nojentos" e que matá-los era "questão de tempo"
Detalhes das conversas foram revelados pelo delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Carlos Augusto Guimarães.
Foto: Arquivo
O menor de 14 anos, que matou os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna (RJ), se referia aos pais como “seres nojentos” e afirmou que matá-los era “questão de tempo”. A informação foi revelada pelo delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Carlos Augusto Guimarães, em coletiva de imprensa realizada esta semana.
Conforme o delegado, as conversas entre o menor e a namorada virtual de 15 anos, moradora da cidade de Água Boa (a 639 km de Cuiabá), indicam que o menor demonstrava ansiedade em matar a família, já que eles não teriam o autorizado a viajar para Mato Grosso.
"A primeira motivação é o descontentamento com os pais por não ser autorizado a viajar e a ganância. Nós vimos conversas acerca da venda do carro da família por cerca de R$60 mil e R$300 mil no valor da casa. A ansiedade do adolescente para matar a família, a quem se refere como 'seres nojentos' informando não ter afeto por eles e que matá-los seria questão de tempo", disse o delegado.
Carlos Augusto revelou, ainda, que os menores também discutiram por mensagem qual seria a melhor forma de esconder os corpos das vítimas.
"Conversas sobre como sumiriam com os corpos, conversa acerca de esconder em um local distante, a utilização de cães farejadores pela polícia, sobre picar os cadáveres, queimar e até mesmo dar para porcos comerem. Uma demonstração de total desprezo pela vida humana dos familiares do adolescente”, contou.
O caso
No dia 21 de junho, o menor de 14 anos matou o pai, de 45 anos; a mãe, 37, e o irmão de 3 anos. Para matá-los, ele usou uma arma de fogo que havia em casa.
Após cometer o crime, ele espalhou um produto químico no chão e arrastou os corpos até uma cisterna da casa, onde jogou os cadáveres.
Nos dias seguintes, parentes passaram a perguntar pelos pais e irmão dele e chegaram a comunicar o desaparecimento à polícia. Quatro dias depois, policiais foram até à casa do menor para realizar uma perícia e encontraram os corpos.
Ao ser apreendido, ele contou à polícia que matou os pais e o irmão porque foi impedido de viajar para Água Boa para ver a namorada virtual, que ele conheceu através de um jogo online. Ele disse também não ter se arrependido e que faria de novo se fosse preciso.
Investigações apontaram que o menor estava pesquisando como receber FGTS de pessoas falecidas e já procurava um emprego em Água Boa.
Em depoimento à Polícia Civil de Água Boa, no dia 26 de junho, a menor de Mato Grosso confirmou que sabia do crime e que acompanhou o assassinato por videochamada. Após o crime, eles continuaram trocando mensagens. Ela chegou a dizer que o namorado virtual tinha feito isso só pra ficar com ela. Nas mensagens, ela escreveu: "Nunca pensei que alguém faria isso por mim".
A menor foi apreendida pela Polícia Civil de Água Boa na noite da segunda-feira (30) e está à disposição da Justiça.
Fonte: Reporter MT